Eu vou contar a história da águia que o professor Ismael contava. Aquela águia cresceu sem saber quem era, mas numa certa manhã a verdade veio à tona… Assim como muitas pessoas passam pela vida adormecidas, quando de repente…, a vida realiza uma mudança radical. 


Mas antes eu gostaria de te dizer: Guarde esta história na sua mente, caso precise, em algum momento, sair do caminho das pedras. Mergulhe comigo aqui nesta estória para se inspirar, relembrar, ou resgatar a imensa força que você carrega aí consigo e nem sabe que tem!


Já ouvi esta estória dezenas de vezes, contada pelo saudoso Professor Ismael Cordeiro Jr em vários treinamentos de vendas e liderança, que quando começava a história da águia, estabelecia um silêncio absoluto e criava um novo e brilhante roteiro de sucessos na cabeça e na vida de cada um dos seus alunos, que assim como eu, milhares e milhares, certamente mantém esta história viva em suas mentes e corações, impossível de esquecer.


Há muito, muito tempo, um fazendeiro muito rico e famoso, junto com alguns vizinhos, alucinados por caçadas, especialistas em capturar animais selvagens, formaram um grupo lendário que capturavam animais para estudos, para um zoológico particular na sua fazenda. Para aquela época, já eram evoluídos o suficiente para não machucar ou abater nenhum animal, que também eram encaminhados a outros zoológicos como contribuição, embora hoje temos consciência que lugar de animais é no habitat deles, mas essa história traz lições incríveis.


As expedições eram muito bem equipadas, todos eram experientes, verdadeiros mestres em suas caçadas, tinham conhecimentos e habilidades de mestres, para lhes assegurar a sobrevivência nessa atividade de risco muito alto.


Não sei se é real, quem é o autor, mas há indícios de que esta história muito antiga teve origem no Canadá e esse grupo de pessoas tinha como foco proteger e estudar animais. Seja estória, história ou uma lenda… é poderosa e transformadora.


Em uma das caçadas nas montanhas que duravam cerca de uma semana, o fazendeiro e seu grupo partiram muito bem preparados para uma região cheia de perigos. 


Claro que a palavra perigo não existia para aquele pessoal, que estava sempre de olho em uma nova aventura. Disciplinados, todos faziam questão de seguir o seu líder, o fazendeiro, sem questionar absolutamente nada, porque pela própria sobrevivência, a confiança era fundamental..


Chegaram ao pé de uma montanha que avistaram na direção sul, todos com adrenalina em alta, muito bem equipados, protegidos, prontos e decididos. 


O fazendeiro olhou para cima e viu uma águia voar da fenda das águias, como eles chamavam aquele habitat de aves, e foi até lá. Era bem no alto de imenso paredão de pedras com enorme penhasco na lateral.


Uma escalada muito árdua, lenta, difícil de colocar os grampos na pedra, mas com a sua paciência já testada muitas vezes, seguiu lá para cima. 


Aproximou-se de uma fenda e viu um monte de penas, afastou e limpou um pouco e no limite do alcance da mão esquerda encontrou um ovo enorme. Analisou as penas e concluiu que sim, era o ninho de uma águia.


Tomado por um forte impulso, retirou o ovo e o acomodou cuidadosamente em sua mochila, olhou atentamente em volta, porque poderia sofrer um ataque da ave e começou a descer, enquanto aquela temporada seguia apenas no começo, ainda sem resultados.


 Terminando a semana, naquela região extremamente hostil e selvagem voltaram para casa cansados, esgotados, com apenas aquele ovo.

No dia seguinte o dono da fazenda, reunido a sua equipe, colocou aquele ovo sobre a mesa e começaram a discutir o que poderiam fazer de positivo com ele.


Então pintou um monte de ideias, não faltaram palpites.

Teve um que falou: e se a gente comesse, só para experimentar? Não foi aceita, não valeria a pena.


E deixar exposto numa estante? Iria estragar e se perder.

Doar para o zoológico, também não faria sentido e provavelmente seria apenas uma peça de exposição.


Foi quando a Maria, esposa do fazendeiro, que estava ouvindo aquela conversa, e teve uma ideia:


Ela disse que a “Ia”, começou a chocar hoje. O ovo é muito grande, mas pode ser que ela consiga chocar, vamos ver o que acontece?


A Ia era uma galinha índio gigante muito especial para a Maria, tinha machucado gravemente uma perna e quase morreu. Só sobreviveu porque a sua dona cuidou, tratou e salvou, mas mesmo assim ficou com a perna esquerda quase perdida, com muita dificuldade para caminhar, andava aos pulos pelo terreiro.


Aquela galinha se tornou tão especial que aquela senhora colocou o seu próprio nome e chamava carinhosamente de “Ia”, conversava com ela, elas se entendiam, e tinham uma sintonia incrível.


E ela foi lá falar com a Ia… com o ovo escondido que era pra não assustar a galinha.


Olha só Ia, eu preciso de uma força sua e contou toda história. A galinha emocionada pela oportunidade de ser útil e servir, topou e acolheu aquele ovo grande e esquisito, difícil de acomodar, com medo danado do galo, mas começou a chocar.


A Maria estava empolgada com aquilo e conversava todos os dias com a Ia, que já estava se acostumando com aquela situação estranha, mas não tinha a menor noção do que ainda iria acontecer…


Ao final das 3 semanas, os ovos normais começaram a descascar, os pintinhos nasceram. A Maria  disse: pode ficar tranquila, eu vou cuidar dos seus filhotes e assim que este ovo gigante descascar eu te entrego a ninhada sã e salva. Colocou todos numa cesta, aqueceu e alimentou, enquanto aquele ovo diferente continuou no ninho e a Ia chocando…


Passou mais uma semana e nada, mais uns dias e nada e a Ia, no 42º dia, já quase sem penas, desgastada com a febre do choco decidiu desistir.


A Maria disse, não minha amiga, aguenta firme. Vou te propor um pacto: só mais um dia e se nada acontecer você pode abandonar, mas eu prometo que fico aqui contigo te apoiando, te dando força essas últimas 24 horas. Feito?


Pacto fechado, a Ia continuou, mas disse que seria o limite, 24 horas e zero minutos.


Depois daquela tarde e mais a noite inteira, a Maria ali junto torcendo, no começo da manhã, acabou dormindo debruçada sobre o ninho dentro de um paiol, acordou com a galinha em pé bicando o ovo já todo rachado. 


Deu uma forcinha e começou a sair aquele bicho enorme, desengonçado, feio pra caramba, pescoço comprido, com aquele bico enorme aberto procurando comida.


Nasceu!


Dias depois, quando foi para o terreiro, foi uma correria. O galo olhou e coçou a crista, as galinhas se assustaram com aquilo, mas aos poucos tudo foi ficando normal, a águia começou a conviver com todos eles, comendo bichinhos, ciscando igual as galinhas. Uma semana depois, todos estavam acostumados e nem percebiam as diferenças.


Com o tempo tudo aquilo parecia absolutamente normal, a não ser para as pessoas que viam pela primeira vez e perguntavam assustadas: O que essa águia está fazendo aqui no meio das galinhas?


Uma noite, já perto do amanhecer, uma raposa entrou no galinheiro e foi um grande alvoroço, bagunçou o ambiente,


Foi uma fuga em massa, o galo foi o primeiro a saltar para o último poleiro, desesperado de medo e a águia foi junto.


De repente a águia começou a sentir algo muito forte, no momento que viu a raposa atacar a galinha que tinha problema na perna e não pode fugir: Quem? A Ia, sua mãe. Deu um salto e um granido, um pio estridente e ensurdecedor, cravou suas garras de 6 cm no lombo da raposa, abriu suas asas enormes, alçou voo, abriu um buraco enorme na cobertura do galinheiro e subiu, subiu. 


Já muito alto partiu a raposa em dois pedaços, soltou e voou ainda mais alto. Viu o sol nascendo, viu as montanhas, foi longe na direção do sol.


Perto do entardecer, já com fome e saudade da família, voltou e desceu no terreiro.


Todos os bichos do correram assustados, ficaram bem longe, olhavam para a águia com medo terrível, desesperados, até que a Ia com instinto de mãe, acolheu a filha e depois conversou com todos, revelou o segredo dela e da Maria, explicou que não tinha perigo nenhum e aos poucos o ambiente foi voltando ao normal, com a águia convivendo com as galinhas, dormindo com as galinhas, ciscando ali junto com as galinhas e comendo bichinhos, larvas e insetos como estava acostumada.


Mas, depois de tudo isso, a vida não era mais a mesma. Quem viu tudo lá de cima, começou a entender que não era mais ali o seu habitat. Numa manhã conversou com a mãe Ia, disse que queria experimentar o seu verdadeiro mundo. 


Com muita tristeza, mas compreensiva, a Ia apoiou a decisão, chamou o galo, e depois de uma reunião decidiram que sim, ela deveria ir para o mundo de onde veio.


Fizeram uma grande festa de despedida e a águia agradeceu emocionada e se despediu de todos, abriu suas asas enormes, olhou para cima e num impulso decolou e voou até bem alto, voltou para um voo rasante sobre o terreiro, como um gesto de carinho pela sua família, mirou o sol e foi para o céu azul até desaparecer na imensidão.


Todas as vezes que eu ouvi esta estória, tive a cada vez uma sensação mais intensa. Águias não caçam mosquitos e não foram feitas para ciscar como galinhas, comendo migalhas, insetos e bichinhos, sob o véu do esquecimento da essência de águia.


Já saí de grandes dificuldades inspirado por esta estória despertado pela consciência de que águia é águia.


Nas palestras que já dei e contei a trajetória dessa águia, olhava em cada par de olhos à minha frente e via que ali só havia águias.


Você é águia, assume agora o teu destino de voar alto e ver o mundo lá de cima.


Aqui, mesmo através deste post, posso sentir, posso imaginar e ver os seus olhos.


Você é águia. O céu azul é todo seu.


Se em algum momento se encontrar mentalmente preso num terreiro, ciscando com as galinhas, dê um impulso e alça teu voo, voe alto, tão alto quanto você quiser, porque esse é o teu destino e a missão da sua essência.

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